Resenha #216: A Cor Da Coragem - Julian Kulski

Título: A Cor Da Coragem
Autor: Julian Kulski
Editora: Valentina
Edição: 1
ISBN: 9788565859721
Gênero: Diário / Relato de Guerra
Ano: 2016
Páginas: 416
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RESENHA


A Cor da Coragem poderia ser apenas um diário qualquer de um jovem que começou a escrever no início de sua adolescência. Mas o que ganha destaque nas palavras de Julian Kulski, autor da obra, é seu contexto histórico-social. Se passa durante a Segunda Guerra Mundial, na Polônia tomada pelos Alemães.
As primeiras entradas do diário se dão em agosto de 1939 quando ele tinha apenas dez anos de idade. No mês seguinte, a Alemanha invade a Polônia e começa a Segunda Guerra Mundial. Havia muitos escombros quando Varsóvia entregou as armas se rendeu, assim a situação só piora. Na época, o pai de Julian era vice prefeito de Varsóvia e Julian um escoteiro.

Ao longo das mais de 400 páginas, vamos percorrendo lugares juntamente com Kulski e seus colegas. No início, ele já tem convicção de que quer lutar e defender seu país, mas não porta nem recursos para tal e nem força devido a sua pouca idade. O máximo que ele faz é dar informações erradas aos soldados alemães e derrubar placas que eles constroem, coisas que só vão tomar o tempo do inimigo.

Nesses sete anos de Guerra, Julian passa por uma forte transformação e amadurecimento precoce. Para ter uma ideia, aos 12 anos ele já portava uma arma na mão e lutava contra o inimigo. Posteriormente foi recrutado para a Resistência (o exército da Pátria), por seu ex mestre de escotismo. A partir de então, passou a participar de missões secretas no Gueto e de levantes contra o inimigo. 
Diferente de O Diário de Anne Frank, que ficou enclausurada, Julian passa boa parte desse tempo em "liberdade"; nas ruas de Varsóvia, no Gueto contribuindo no front, no olho por olho e até mesmo preso de guerra. Mas nem por isso devemos enaltecer mais uma do que a outra obra. Na realidade, são relatos que se complementam e nos dão um panorama maior do que aconteceu. O que fica é o sentimento de que isso nunca deveria acontecer e a mensagem de que nunca deverá se repetir.

Quando estamos lendo, sentimos na pele o que o autor passa e torcemos muito para que tudo fique bem, no entanto, as tragédias, as perdas próximas vão nos desmotivado e nos fazendo pensar em quão desumanos os Alemães foram. Só no Gueto, como ficou conhecido o local onde foram levados os menos privilegiados, descriminados pro raça, etnia ou cor, morreram milhares de pessoas vítimas da fome, da miséria, de torturas, enforcamentos, fuzilamento em massa... sem contar nos que eram mandados para os campos de concentração onde tinham como destino a escravidão ou as câmeras de gás. 
Só que Julian persistiu, porque ele foi muito forte e determinado em busca não só de sua liberdade, mas de sua nação que ali estava perdida a mercê da morte resultante do tratamento que os Alemães de um lado dava e do outro a Rússia.

Felizmente, o autor conseguiu sobreviver e publicar o seu relato em uma edição super luxuosa publicada aqui no Brasil pela editora Valentina. A leitura é enriquecida com muitas fotos e mapas que nos situam, enquanto também nos fornece códigos QR que nos levam à vídeos relacionados com os fatos narrados. É uma leitura importante e necessária.

Até logo,
Pedro Silva

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