Resenha #313: Anita - Thales Guaracy



Título: Anita
Autor: Thales Guaracy
Editora: Record
Edição: 1
ISBN: 978-85-01-10900-2
Gênero: Romance brasileiro
Ano: 2017
Páginas: 224

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RESENHA


Neste romance acompanhamos a vida de Anita Garibaldi, pelos olhos do seu companheiro de luta Giuseppe Garibaldi, seu grande amor e o único que testemunhou por completo a vida da revolucionária. 

Garibaldi narra desde quando Anita mudou-se para Laguna depois da morte do pai, seu casamento forçado, sua fuga de casa aos 17 anos, como conheceu Giuseppe e o seguiu na guerra. Nos eventos em que não estava presente, ele usa os relatos de Anita sobre esses momentos.
“Agora sei de verdade por que és Manuel dos Cachorros, sentenciou Anita; posso ser tua mulher e tu podes fazer de mim o que quiseres, mas não sou de ninguém, nunca serei. A alma é livre; essa não se toma, é preciso conquistar.” (p. 27)
Giuseppe Garibaldi conheceu Anita enquanto lutava na Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos, a serviço da República Rio-Grandense. Ela apaixonada e com um forte desejo de liberdade, para si e para o país, decidiu lutar pela independência gaúcha e de outros territórios. 
Tudo isso estudamos na escola, mas uma coisa que percebemos nos livros de História é que ela é contada por homens e sobre homens. Anita foi muito importante para combates (armada inclusive) em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Uruguai e Itália. Mas ela é mencionada muitas vezes apenas como a companheira de Garibaldi, e o romance de Thales Guaracy nos trás um pouco mais sobre seu papel na história do nosso país, assim como a Itália. 
“Não é porque sou mulher que vou passar a vida pedindo ajuda, minha liberdade vai ser conquistada.” (p. 22)
Vemos como Anita era uma mulher forte e a frente do seu tempo. Anita sofre ainda com o desdém e preconceito da sogra, que não aceita o casamento do filho: “Você me mandou aqui uma negra selvagem com seus negrinhos; nem sei o que lhe dizer.” Como Anita enfrentou muitos momentos da guerra grávida, afinal ela teve quatro filhos de Giuseppe durante as guerras que viveram.
“Quando a gente espera, parece que deixa espaço para o destino fazer com a gente o que bem entender.” (p. 90)
 
O livro detalha com muita beleza e cores realistas as guerras que o casal enfrentou. Apesar de ser um romance, o livro possui uma ótima carga histórica, tornando uma leitura muito rica e forte. Em alguns momentos muitos descritivos de momentos importantes, a leitura se torna mais lenta, mas nada que tire a beleza do livro. Recomendo muito para quem gosta de romance histórico, com personagens femininas fortes, e quer conhecer um pouco mais sobre a “heroína de dois mundos"


Até logo,
Elidiane Galdino


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