Resenha #286: Filhos da América - Nélida Piñon

Título: Filhos da América
Autor: Nélida Piñon
Editora: Record
Edição: 1
ISBN: 978-85-01-08770-6
Gênero: Ensaios
Ano: 2016
Páginas: 400
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RESENHA


'Filhos da América' é uma coletânea de ensaios da escritora brasileira Nélida Piñon. Alguns tratam de sua biografia literária, da gênese de alguns de seus livros (“Guia-mapa de Gabriel Arcanjo”, “Vozes do deserto”, “República dos sonhos”,) A maioria de seus textos são reflexões sobre a literatura, e grandes escritores da America latina, Nélida passeia pela língua portuguesa, e tenta decifrar os mitos fundadores da literatura brasileira. 

Há textos belos e emocionados que falam sobre escritores e amigos como Clarice Lispector, Carmem Barcells, Raquel de Queiroz, Marília Pêra. E claro, Machado de Assis, uma presença marcante neste livro. São pelo menos quatro textos onde se fala do mestre, e seu papel na literatura. 
“É da literatura sorver os erros humanos e dar-lhe um outro uso. O que é a narrativa senão um amontoado de equívocos com os quais encenamos a realidade.” Pag.18
Nélida é descendente de imigrantes do continente Ibero-Americano, seus genes e antepassados marcam presença no livro. Ela narra sua visita a Santiago da Compostela, e como voltar ao lar de seus antepassados influenciou sua vida e sua escrita. A autora reflete também sobre o Brasil, sua cultura e suas faces.
“Vida e ficção são uma equação insolúvel. Imperfeitas, ambas complementam. Isoladas entre si, não se salvam. E a despeito do esforço conjugado, juntas, elas não decifram o mistério humano.” Pag. 45
A edição está caprichada, com uma capa que representa toda a diversidade dos ensaios. O livro foi impresso em papel off-white,e a fonte de tamanho ideal, com bom espaçamento. A edição não identifica a origem dos textos, mas é possível identificar a origem de alguns, como um discurso que a autora fez no centenário de falecimento de Machado de Assis na ABL, assim com ao aceitar um prêmio em uma universidade gaúcha.
Nélida estreou em 1961 com o romance  Guia-mapa de Gabriel Arcanjo. Foi empossada como imortal pela Academia Brasileira de Letras e, em 1996, tornou-se a primeira mulher a presidi - lá. Em 2012, foi nomeada Embajadora Iberoamericana de la Cultura. 

Resenhado por:
Elidiane Galdino

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