Resenha #79: A Redoma de Vidro - Sylvia Plath


Edição: 1
Autora: Sylvia Plath
Editora: Biblioteca Azul
Gênero: Romance
ISBN: 9788525057945
Ano: 2014
Páginas: 280
Tradutor: Chico Mattoso



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Avaliação:




Resenha


Esther Greenwood é uma jovem mulher universitária com uma excelente e exemplar vida estudantil. Ela ganha um concurso de uma revista de moda feminina e com isso, parte à Nova York para usufruir do prêmio e viver do glamour e luxo da revista Ladies' Day, além de estagiar na mesma. Mas como tudo tem seu fim, com esse estagio não poderia ser diferente e a jovem volta para casa numa cidade pequena do interior dos Estados Unidos.

No inicio da leitura já percebemos que a personagem não se enquadra nos padrões da revista e que é bem avessa a esse mundo da moda, achando-o bobo. Ela também rememoram alguns acontecimentos do seu passado (não tão distante) e passamos a pegar detalhes de coisa que vão pressionando a personagem como ter que manter-se uma aluna excelente em função da bolsa que recebe. Esther também tenta engatar um relacionamento com um estudante de medicina. Ela sabe que não terá futuro essa relação, mas descobre que o Buddy está com tuberculose, e sua intenção de acabar o relacionamento se transforma em pena.  Ao voltar para casa, ela é informada de que não foi selecionada para o curso de escrita, o que começa a desencadear suas crises, quando ela passa a ficar dias seguidos sem dormir trancada no quarto, isolada das pessoas, sem comer, sem tomar banho... e a ideia de suicídio ronda sua mente.



“Um sonho ruim.
Para a pessoa dentro da redoma de vidro, vazia e imóvel como um bebê morto, o mundo inteiro é um sonho ruim.
Um sonho ruim.
Eu lembrava de tudo.
Lembrava-me dos cadáveres, de Doreen, da história da figueira, do diamante de Marco, do marinheiro no Common Park e da enfermeira vesga e dos termômetros quebrados e do negro com  dois tipos de feijão e dos nove quilos que ganhei graças à insulina e da rocha que se erguera entre o céu e o mar como uma caveira cinzenta.
Talvez o esquecimento, como uma nevasca suave, pudesse entorpecer e esconder aquilo tudo.
Mas aquilo tudo era parte de mim. Era a minha paisagem”. Pág. 266


A narrativa é em primeira pessoa pela personagem Ester. Ela é bem diferente do tipo de moça da década de 60, primeiro que ela não deseja casar, muito menos constituir família e ter filhos, na verdade a única coisa que ela tem vontade de fazer é se suicidar e por conta disso a leitura do livro começa a se tornar um tanto quanto angustiante, porque ela vai nos relatando um pouco do seu cotidiano, nos mostrando o quanto não sente gosto por mais nada.

Esse é um livro de leitura um pouco difícil, não pela linguagem, que aliás é bem poética, mas pelo seus acontecimentos em si e pelo clima melancólico. A ideia de suicídio ligada à indiferença da personagem acaba nos assustando porque ela vê isso com uma naturalidade que convence o leitor de que isso é a saída para resolver os problemas que a cerca.

Se você tem curiosidade em ler esse livro, algo da Sylvia Plath ou se gosta de temas pesados, A Redoma de Vidro é uma ótima pedida, mas para quem não gosta tanto assim, o livro pode trazes vários pontos em que é fácil se identificar, como assuntos íntimos do cotidiano de uma mulher.

Att,
Pedro S.

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11 Comentários

  1. Oiee ^^
    Gosto bastante de livros melancólicos, mesmo que no final eles sempre me deixem um pouco triste, então fiquei curiosa para ler. Ver que a personagem vive nos anos 60 e pensa diferente de todas as outras mulheres já me fez gostar dela, gostei bastante da premissa dele, já quero ler :)
    MilkMilks
    http://shakedepalavras.blogspot.com.br

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  2. Oii, tudo bem?
    Eu ainda não conhecia a autora e nem o livro, mas a premissa do livro me chamou bastante a atenção, pois eu adoro livro nesse estilo. Com certeza o livro já está na minha lista de desejados.

    www.fonte-da-leitura.blogspot.com.br

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  3. A capa é linda, mas no enredo lembrei de O diabo veste prada. Mesmo assim gostei de saber que tem suicídio e da linguagem melancólica, leria com todo certeza.

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  4. Olá

    Eu sou doido pra ler Sylvia Plath. Esse é um dos livros que estão há tempos também na minha lista de desejados mas nunca consigo achar pra comprar em lugar algum (infelizmente). Sou bem curioso com relação à autora e sua obra. Espero conseguir ler um dia!

    Abraço!

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Pedrrou, então... nunca me interessei por livros q se passam na decada de 60 hahha, tu me conhece e sabe q tipo de livro eu curto :p
    www.muchdreamer.blogspot.com

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  7. Oie, Pedro!
    Não gosto de livros do gênero, mas gostei de ver que a personagem pensa tão diferente das mulheres de sua época. Mesmo não sendo uma fantasia épica, dá vontade de ler quando vejo algo assim. Fugir dos padrões é o que há, seja homem ou mulher, e se o autor conseguir ministrar isso com maestria, prende o leitor na hora.
    Com carinho,
    Celly.

    Me Livrando || Livre-se você também!

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  8. Oii!
    Não conhecia o livro e nem a autora, e fiquei bem curiosa.
    Nunca li nada do tipo, livro melancólicos nunca me chamaram muita atenção, mas essa narrativa, que parece ser tensa, me fez repensar.
    Já foi para a lista de desejados e assim que puder lerei!
    Beijos!

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  9. Não conhecia muitos desses livros, parecem ser interessantes mas infelizmente não é meu "tipo" de leitura. Amei o post, ficou muito bem feito ;)
    Bjuss

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  10. Olá, tudo bem?

    Não conhecia a autora e nem o livro e confesso que a premissa não me atraiu, hoje eu diria que não o leria, quem sabe um dia. Parabéns pela resenha!

    Beijos!
    Livros & Tal [livrosetalgroup.blogspot.com.br]

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  11. Olá!
    Esse livro é muito angustiante e nos faz querer saber o por que a personagem tem essa ideia de suicídio tão fixa.
    Adorei a sua resenha.
    Beijinhos!
    http://eraumavezolivro.blogspot.com.br/

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